O Microchip é de colocação obrigatória em Portugal, sendo uma espécie de ‘cartão de cidadão’ dos nossos patudos e é um recurso muito útil caso o nosso melhor amigo de quatro patas desapareça.
A partir de outubro de 2022, que tornou-se obrigatória a identificação dos nossos patudos independentemente da idade que tenham. Este processo é feito através da colocação de um microchip no animal. No entanto, o que é, quanto custa e para que serve? A médica veterinária Sara Calisto, do Hospital Veterinário Vasco da Gama explicou tudo.
O que é?
O microchip é um dispositivo do tamanho de um bago de arroz colocado no pescoço do animal que possuí um número único para a identificação do tutor e do animal.
Com este método, facilita a localização do seu patudo caso este se perca e seja encontrado por alguém. Os dados são inseridos pelo veterinário no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC) estando acessíveis de consulta por parte de todos os veterinários. Basta este encostar um leitor de microchip ao pescoço do patudo e conseguirá aceder a toda a informação deste e do seu tutor.
Que dados contém?
No microchip fica associado diferentes dados de identificação tanto do patudo como do seu dono, desde o nome, NIF, nº de telefone como e-mail do dono para facilitar o contacto caso o patudo se perca. Além destes dados do dono, tem ainda informação sobre o animal em questão, como a espécie, a raça, a idade e ainda o número do boletim.
Segundo Sara Calisto, “Isto torna-se essencial quando o animal desaparece por algum motivo e nós encontramos o animal. Levando-o ao veterinário, conseguimos aceder aos dados do tutor e encontrá-lo”.
Além de possibilitar a localização do dono caso o animal se perca, para Sara, “Permite também controlar e responsabilizar os tutores pelo animal”. Isto porque, com o microchip consegue comunicar aos SIAC dados sobre a vacinação obrigatória e esterilização.
É um processo doloroso para o animal?
Este é um dos maiores medos dos donos, que o processo seja doloroso para o seu patudo, contudo a colocação deste dispositivo é feita no pescoço do animal, do lado esquerdo e por baixo da pele. A inserção é feita através de uma injeção, com uma agulha semelhante à da vacina, apenas ligeiramente maior, sendo a sensação da picada muito semelhante.
A veterinária Sara garante que “Sentem tanto como a inoculação de uma vacina (…) nada de extraordinário, nada que seja doloroso”.
Qual o custo?
Os custos variam consoante a clínica a que recorre. No entanto, os preços condam os 30 euros, incluindo a taxa de 2,5 euros necessária para registar o seu patudo no SIAC.
No entanto, algumas câmaras municipais cobrem os custos deste procedimento, antes de o fazer, tente informar-se se a sua câmara é uma delas.
Após a colocação do microchip é lhe fornecido ainda o Documento de Identificação do Animal de Companhia (DIAC), da qual se deve fazer acompanhar sempre o animal.
É preciso atualizar os dados do chip?
Apenas se mudar a residência ou o local de alojamento do animal. Dispõe de 15 dias para comunicar ao SIAC alterações, através deste formulário online.
Deve também informar o SIAC, a transmissão de titularidade e ainda a morte do seu patudo, dispondo igualmente de 15 dias para tal.
Caso o animal se perca?
No prazo de 15 dias deverá notificar o desaparecimento à base de dados do SIAC. Consulte o número do microchip (encontrá-lo-á nos documentos do animal) e informe o médico veterinário ou o SIAC do desaparecimento.
Poderá fazer este processo online. O registo do desaparecimento ficará assim visível na plataforma de animais perdidos.
Se o seu animal for encontrado por terceiros, numa ida ao veterinário será feita a leitura do microchip. Após esta identificação o veterinário entra em contacto com o tutor do patudo para que este o possa recolher.
Sara Calisto afirma, “Diariamente temos animais que chegam ao hospital, que têm microchip e que nós conseguimos localizar os tutores. Portanto, sem dúvida que é uma plataforma essencial. (…) Ninguém está livre de um dia deixar uma porta aberta, uma janela aberta”.
Multas
Caso não cumpra a lei, poderá ser multados. Os valores variam entre os 50 e os 3740 euros, no caso de o dono ser singular, e os 44.890 euros no caso de pessoa coletiva.
Sara Calisto atribui a culpa a desinformação e o medo para os vários animais de companhia que continuam por serem registados. “Maioritariamente penso que a desinformação e o medo de ser doloroso. Acontece mais em caso de gatos. Há muitas pessoas que se desculpam com o facto de o gato não sair de casa”