Um novo estudo concluiu que os cães reconhecem, pelo cheiro do suor e pela respiração humana, os processos fisiológicos associados a uma resposta aguda a situações de stress.
De acordo com o The Guardian, apesar de estudos anteriores terem sugerido que os caninos podem absorver as emoções humanas, possivelmente através do olfato, ainda não era certo que poderiam detetar o stress e se tal era feito através do cheiro.
Clara Wilson, autora da investigação, declarou que “este estudo provou definitivamente que as pessoas, quando respondem ao stress, o seu perfil de odor muda”.
A responsável refere ainda que os resultados poderão revelar-se úteis no treino de cães de serviço, nomeadamente os que apoiam pessoas com distúrbio de stress pós-traumático. “São muitas vezes treinados para olhar para alguém que se atire para o chão, ou que comece a ter comportamentos agressivos”, explica.
O estudo oferece ainda outra pista: “Existe definitivamente uma componente olfativa, e que pode ser valiosa no treino destes cães para além de todas as coisas visuais”, disse Wilson.
No novo estudo, foram utilizadas amostras de respiração e suor de não fumadores que não tinham comido ou bebido recentemente. As amostras foram coletadas antes e depois de uma tarefa aritmética em ritmo acelerado, juntamente com níveis de stress e medidas fisiológicas objetivas: frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA).
Assim, três horas depois, amostras de 36 participantes que relataram aumento no stress por causa da tarefa e experimentaram um aumento na FC e PA durante a mesma foram apresentadas aos cães.
No geral, explicam os investigadores, os cães conseguiram detetar as amostras coletadas durante o stress em 675 de 720 tentativas, ou seja, 93,75% das vezes.