Em Lisboa, uma iniciativa pioneira está a emocionar famílias e a marcar um novo capítulo no bem-estar hospitalar: no Hospital Egas Moniz, cães e gatos passaram a poder visitar os seus tutores durante o internamento. A medida, já com resultados reconhecidos, está a abrir caminho para que mais unidades de saúde sigam o exemplo.
Para muitos doentes, a ligação com o seu animal de estimação é muito mais do que companhia — é uma fonte de conforto, estabilidade emocional e motivação. Foi precisamente essa relação que motivou a implementação de visitas assistidas no hospital.
O caso de uma idosa de 87 anos ilustra bem o impacto desta mudança. Acostumada a passear diariamente a sua cadela Violeta, acabou internada de forma prolongada e viu a sua rotina profundamente abalada. A possibilidade de reencontrar a sua companheira de quatro patas trouxe-lhe serenidade, alegria e uma clara melhoria no estado emocional.
O mesmo aconteceu com outras situações, como a visita do gato Miniel à sua tutora internada: momentos de reencontro que se traduzem em sorrisos, tranquilidade e até progressos clínicos mais rápidos.
Resultados que falam por si
Desde que o programa começou, a equipa hospitalar destaca benefícios evidentes:
- Redução da ansiedade e do stress em doentes internados
- Melhoria do humor e da motivação para a recuperação
- Maior sensação de segurança e bem-estar emocional
- Reforço da ligação familiar numa fase vulnerável
Os animais permanecem no exterior ou em zonas controladas, garantindo todas as normas de higiene e segurança definidas pelo hospital.
Um passo importante rumo a cuidados de saúde mais humanos
O sucesso desta iniciativa demonstra que integrar laços afetivos no processo de recuperação é mais do que uma ideia bonita — é uma prática eficaz. Reconhecendo o impacto positivo, o hospital pretende alargar o programa e inspirar outras unidades a adotar políticas semelhantes.
A proposta é simples, mas poderosa: tratar os animais de estimação como parte da família. Porque, para muitos doentes, reencontrá-los é tão essencial quanto qualquer terapêutica.
Um futuro onde ninguém recupera sozinho
Esta abertura à presença de animais de companhia representa um avanço significativo na humanização dos cuidados de saúde em Portugal. Para os doentes, estas visitas são momentos de puro conforto; para os animais, são reencontros repletos de afeto; para os profissionais de saúde, são ferramentas que ajudam a acelerar o bem-estar global.
Em breve, poderemos ver esta prática expandir-se a mais hospitais — e, com ela, multiplicarem-se histórias de esperança e recuperação, sempre acompanhadas de patinhas, ronrons e muito amor.




